All You Need Is Love

Mais um ano que se inicia, novas promessas, novas metas, novos objetivos. Em épocas como esta, se faz um balanço dos erros e acertos do período que passou, e recomeçamos tudo mais uma vez, melhores, mais sábios com nossos aprendizados, mais capazes de entender o complexo mecanismo que faz com que as coisas produzam resultados positivos.

Mas a chance de chegarmos ao final com grandes desilusões, projetos incompletos e aborrecimentos de todos os tipos e tamanhos é muito grande. A impressão que fica é que estivemos tão perto, que fizemos tudo tão certo, que parece-nos impossível acreditar que não deu certo: afinal, onde erramos? Mais fácil é atribuir a Deus ou ao Diabo as complexas tramas que interagem e formam nosso universo pessoal…

Acredito que o que realmente está errado são os valores que temos, as coisas nas quais acreditamos, a escala de importância que rege nossas atividades comuns e ordinárias ao longo de cada instante que constrói nossas horas, nossos dias, nossos meses, nossa vida. A Matrix da mente, esta verdadeira teia de informações e padrões, que é bombardeada e alimentada a todo momento com as mais diversas mensagens explícitas e subliminares, nos enlouquece e tira o foco do que é realmente valioso. E em todo este imenso planeta, que não é nada mais nada menos do que um cantinho de um universo infindável e desconhecido, não existe nada mais precioso que o sentimento do amor.

Procure a chama da vida na cara triste e nos olhos fundos de Bill Gates. Descubra paz de espírito no cotidiano do líder da nação mais poderosa do planeta, George Bush. Seja o travesseiro e escute os pensamentos que chegam com a escuridão destes atores e atrizes sorridentes, sempre felizes e sem calcinha que aparecem, reaparecem e fazem de tudo para aparecer nos instrumentos de mídia da Matrix. Encontre sossego na cara de fuinha daquele seu chefe mandão, que vive para atormentar a vida dos seus comandados e que parece ter prazer com isto.

Não conseguimos chegar ao final de nossas estradas porque nosso olhar está turvo. Temos uma noção adequada do que queremos sentir para estarmos completos, mas pegamos caminhos e atalhos errados.

Porque no fim, tudo o que realmente precisamos é de amor. Incondicional, verdadeiro, dinâmico, coerente, feliz, confortador. Amor que reconstrói, que educa, que harmoniza, que orienta, que respeita, que interage, que mergulha-nos em uma ilha de silêncio e tranquilidade ainda que tudo pareça ruir a nossa volta. Porque o amor verdadeiro não respeita a Matrix em que vivemos, nela cria o caos simplesmente porquê derruba e perverte suas regras e teias.

Lembre-se disso quando balançar a cabeça e olhar para o chão da próxima vez: All you need is love, paparapapá!

Caho Lopes
Dezembro de 2006

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