A Visão do Mal

Desde crianças, somos compelidos a acreditar que fazer o bem nos trará diversas recompensas. A vitória do Bem sobre o Mal nos é introjetada desde a mais remota infância. Somos educados para acreditar em um Deus de bondade, em um conjunto de trocas onde ceder à tentação de fazer o que é errado nos trará a fúria divina e sua respectiva punição. O Diabo, este danado que está sempre disposto a nos tentar, é um eterno perdedor, mesmo quando nós, pobre e inocentes humanos, comparecemos àquela encruzilhada a meia-noite de uma sexta-feira treze, quando murmurando blasfêmias e assinando o contrato com o próprio sangue vendemos nossa alma a ele. Nos últimos dias, tenho questionado seriamente este conjunto de crenças…

O Mal caminha entre nós. Em uma palestra, escutei uma especialista no assunto dizer que existem vários espíritos primitivos, ligados aos sentimentos mais baixos do ser humano: a avareza, o ódio, o rancor e a arrogância. Estão sempre prontos a causar dor e tristeza naqueles que o cercam, cegos pela falta de amor-próprio e autoestima. Não tem compaixão, este sentimento tão nobre, tão humano, que transforma desconhecidos em irmãos e nos desperta a solidariedade e a condolência. Neste início do terceiro milênio, os espíritos primitivos são muitos, e em número maior do que jamais existiram. Mais: compartilham de poderes terrenos (como dinheiro e poder) como jamais acontecera antes.

E quem são estas pessoas? Em que corpos estariam encarnados tais espíritos? Nos políticos sempre envolvidos em escândalos? No Osama Bin Laden e sua trupe de terroristas? Naquele patrão colérico que você não aguenta mais? Talvez. Eu encontrei alguém que é a encarnação do Mal. Na verdade já a conhecia, apenas ela não tivera ainda a oportunidade de ter se revelado. E esta revelação me fez ponderar sobre tudo isto…

Citando Susan Andrews: foi o filósofo alemão Arthur Schopenahuer quem declarou que a chave para a ética seria cultivar nossa tendência natural para compaixão. Aquele que se identifica profundamente com o sentimento dos outros seria incapaz de ferir ou explorar alguém. Todas as suas ações vão fluir espontaneamente de um senso de justiça e benevolência.

Eu acredito na compaixão, no amor, na ética, na coragem, na verdade, na justiça. Admito que existam verdades relativas, mas estou certo de que muito acima destas, pairam as verdades universais.

E continuo disposto, como muitos dos que me cercam, a lutar pelo que é certo.

Porque na dúvida, o certo é o que está simples e puramente dentro de nossos corações.

Caho Lopes
Agosto de 2007

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